quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Acontece



Não simpatizava com a pessoa. Sabia-o ele e sabia eu que ele sabia.
Acrescento que, ao que me é dado saber, era opinião comum a muitos dos que, como eu, tinham que com ele trabalhar.
Os motivos desta nossa antipatia ficam connosco. Até porque não será bonito falar mal dos mortos.
Mas o que é indiscutível é a qualidade do seu trabalho, que nunca nenhum de nós pôs em causa. E se não gostávamos de com ele trabalhar, batíamo-nos para fazer os seus programas. Que nos enriquecia a todos, que eram um desafio à nossa capacidade de criar, que eram um raio de luz no marasmo da informação política e desportiva.
Se o que fica de um homem, para além da memória, será o que criou, honra à memória de Carlos Pinto Coelho e ao seu trabalho, único no jornalismo cultural português.

Na imagem? Uma montagem que, ainda que toscamente feita, foi a que mais tempo (anos mesmo) se manteve afixada no nosso “jornal de caserna”.

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