quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pingas


Escolha-se uma tarde em que a água no chão indique que choveu bem e as nuvens no céu avisem de mais chuva a caminho.
Encontre-se uma poça de água protegida do pouco vento que possa existir, com a superfície quieta como um espelho.
Aguarde-se por uma altura em que as pingas que caem do céu sejam escassas, daquelas que nem nos importamos que seja em cima de nós.
Junte-se a tudo isto a necessidade de ocupar o tempo até à chegada do autocarro que nos levará até à monotonia do trabalho diário.
E observe-se com atenção a poça, tentando saber se haverá algum pingo de chuva que caia no exacto local onde caiu alguma anteriormente.
Não sei o que afirmam as teorias das probabilidades. Mas, nos quinze minutos que me entretive com isto, não encontrei uma repetição que fosse.
Mas também não acredito que os restantes que comigo partilhavam a paragem e a espera contem encontrar tão cedo outro excêntrico que passe tanto tempo a olhar para uma poça de chuva e que, com o autocarro já à vista, faça algumas fotografias daquilo que via.


Texto e imagem: by me

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