quarta-feira, 3 de junho de 2009

A cadeira


“Não podemos fazer agora o trabalho. Só mais tarde, pelas XX horas. O director está em reunião e agora não pode vir.”
“Mas… Assim, e com o resto do trabalho que há para fazer, haverá quem não tenha tempo para jantar!”
“Então e depois? Não janta, come uma sandes a correr! Nem penses que vou dizer ao director que, da sua decisão, haverá quem fique sem jantar!”

São conversas destas, em que a subserviência, o vergaespinhela e o lambebotismo, me fazem desejar ter uma cadeira. Melhor, muitas cadeiras. De madeira pesada ou de ferro.
Para as enfiar pela cabeça abaixo daqueles que fazem de agradar à chefia, e a qualquer preço, o seu modo de vida. Esquecendo que, tempos antes, eram eles mesmos a protestar até à última se ficassem sem jantar.

No próximo domingo temos eleições. Para o parlamento europeu.
Lá mais para o fim do verão, teremos também eleições, mas para a assembleia legislativa e para as autarquias locais.
Espero que os meus compatriotas não apenas compareçam nas urnas de voto como sejam capazes de escolher quem não preconiza ou pratica o clientelismo.


Texto e imagem: by me

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