sábado, 27 de dezembro de 2008

Os patins novos


Quando chegou ao Jardim já eu equacionava a possibilidade de me ir embora. O dia tinha estado fraco, o frio sentia-se a chegar e, tirando um ou outro detalhe, a tarde estava monótona como poucas.
Com ar sério, sentou-se num banco, perto de onde eu estava. E, entre o uso do telemóvel, o remexer no saco e o mudar de calçado, acabou por ficar com uns patins em linha colocados. E eu, fazendo de conta que não era nada comigo, no meu deambular que nem um pêndulo, para cá a para lá da câmara, fui espreitar, tentando confirmar o que supunha. E acertei!
Os patins eram novinhos em folha, imaculados como que acabadinhos de sair da caixa. Nem poeiras, nem riscos, os próprios atacadores suspeito que nunca tinham sido atados. Tal como o capacete, que encaixou na cabeça com alguma dificuldade, lutado por espaço contra o rabo-de-cavalo, entretanto atado.
Postas as sapatilhas no saco, este às costas e auscultadores nos ouvidos, levantou-se com não muita confiança e começou a deslizar. Sem grandes velocidades ou avarias. Não creio que fosse a primeira vez que usava daquilo, mas não estava com grandes à-vontades.
E por perto de 45 minutos por ali andou, com calma, sempre nas zonas mais ou menos direitas. Ela, os patins e o leitor de MP3.
Por fim, e quando eu próprio estava a arrumar as minhas coisas, ela sentou-se de novo, mudou de calçado e foi à sua vida.
As prendas de Natal, quando não estamos muito confiantes no seu uso, são para serem testadas a solo, para mais tarde, com confiança, serem exibidas e ao seu uso perante amigos e companheiros.



Texto e imagem: by me

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