domingo, 21 de dezembro de 2008

O grande dia


Hoje é o grande dia!
Melhor, hoje é a grande noite!
Esta é a maior noite do ano no hemisfério norte.

A coisa explica-se pelo ângulo do eixo de rotação da terra com o plano de translação em torno do sol. Coisas que vêem, com mais ou menos detalhes, nos almanaques, compêndios de astronomia e atlas. A matemática dá uma ajuda e as leis da física definem-no.
Agora o que me faz confusão, mas confusão mesmo, é a adoração ao fenómeno que as civilizações pré-históricas tinham por ele.

Por definição, a pré-história transforma-se em história com o advento da escrita. Com a possibilidade de deixar registos claros das ideias e factos, inteligíveis para os iniciados.
Na pré-história, o conhecimento, as ideias, factos ou tecnologias passavam de boca em boca, de uma geração para outra. E bem sabemos nós o que diz o velho ditado: “Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto,”
Assim, este facto observável apenas uma vez a cada 365 dias, sem matemática para o explicar, sem escrita para o registar ou aparelhos para o medir, era contado de uns para os outros, sabe-se lá com que rigor.

Mas eles foram mais longe que apenas mistificar o fenómeno: Tanto o Solstício de Inverno (hoje) como o de Verão, tal como os Equinócios da Primavera e Outono, foram assinalados com monumentos megalíticos.
Neles, a luz do sol no seu ocaso e a respectiva sombra marcavam pontos exactos, ainda hoje constatáveis.
Enormes penedos erguidos, formando corredores de acesso a câmaras forradas da mesma forma, cobertas ou não por igualmente grandes pedras, assinalavam o ponto exacto onde a luz do sol incidia nestes dias e momentos em particular.
Sem cálculos científicos, registos de dados ou aparelhos exactos.

Maravilhamo-nos com as tecnologias actuais, em que comunicamos com os antípodas em segundos, definimos o infinitamente pequeno e enviamos sondas a Plutão.
Mas o que me espanta mesmo são os monumentos megalíticos.
Que o Deus-Sol tenha uma boa noite de repouso neste Solstício. Ou, por outras palavras, um bom Natal.

A propósito destes momentos marcantes nos calendários pagãos:Há quem defenda que não deveria ser em Dezembro que se deveria comemorar o nascimento de Jesus, mas antes pela Páscoa.
De acordo com esta teoria, baseada em estudos da bíblia e da história, esse evento terá tido lugar pela Páscoa judaica, já que só nessa data se justificava que as estalagens de Belém estivem cheias para os festejos.
Por outro lado, a utilização de Dezembro para a festa máxima do cristianismo, teria sido um apropriar por este da festa pagã do solstício.

Mas, em boa verdade, em que medida, mais dia, menos dia, mais mês, menos mês, é isto importante para a tranquilidade dos Homens?
A terra continua a girar em torno de si mesma e do sol, digamos nós o que dissermos!



Texto e imagem: by me

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