sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Far, far away...


Far, far away, there is a magic castle where every living beings are happy, with no pain, illness or hunger.
We must keep walking until we get there!



Artigo no “Publico on-line”, 2008/09/05

O Tribunal Judicial de Faro emitiu hoje uma providência cautelar para impedir a realização de um “rodeo brasileiro” marcado para amanhã à noite na Feira do Cavalo de Estói, no concelho de Faro, no âmbito de um Campeonato Nacional de Rodeo promovido pela Associação Portuguesa de Rodeo e pela empresa Megalqueva.
O tribunal considerou demonstrado que nos “rodeos” deste tipo “os animais são afectados de sofrimento cruel e prolongado sem qualquer justificação” e que a Animal tem legitimidade e direito de promover a defesa dos direitos dos animais pelos meios legais adequados. A Feira do Cavalo de Estói é promovida pelo Grupo de Amigos do Cavalo de Estói e envolve a junta de freguesia local, no concelho de Faro.
A decisão do tribunal, proferia na sequência do pedido de providência cautelar interposto pela associação Animal, deu também como “demonstrado o fundado receio” de que “a realização do evento cause lesão grave e dificilmente reparável dos direitos dos animais que pela providência cautelar se pretendem acautelar”, visto que, depois de ocorrer, “a dor infligida aos animais utilizados nos espectáculos constitui notoriamente um dano irreparável.
A sentença, assinada pelo juiz Joaquim Cruz, determina ainda que a Junta de Freguesia de Estói, o Grupo de Amigos do Cavalo de Estói e a Megalqueva paguem solidariamente a quantia de 15 mil euros no caso de realizarem mesmo o “rodeo”. A Animal pedia uma multa de 50 mil euros.
No final de Maio, a Megalqueva realizou um "country rodeo" numa feira em Santiago do Cacém, que culminou na queda de uma bancada, provocando 60 feridos ligeiros.
O presidente da Junta de Freguesia de Estoi, José da Paula Brito, tinha acabado de ser informado da decisão quando foi contactado pelo PÚBLICO e remeteu para mais tarde uma reacção.
O “rodeo”, autorizado pela Câmara de Faro, tinha também o apoio da Direcção Regional de Agricultura do Algarve e do Serviço Nacional Coudélico, dois organismos do Ministério da Agricultura, o que a Animal considera “escandaloso”, atendendo a que o tribunal deu razão à associação no que respeita à ilicitude da realização destes eventos em Portugal.
O presidente da Animal, Miguel Moutinho, disse em comunicado: “Foi com a maior satisfação que vimos o Tribunal de Faro tomar esta decisão, que impedirá que vários bois e cavalos sejam brutalmente violentados neste ‘rodeo’”. Este responsável diz ainda que “os ‘rodeos’ são espectáculos extremamente violentos que, mesmo nos EUA e no Brasil, de onde estão a ser exportados para outras zonas do mundo, já foram proibidos em diversos municípios e através de diversas decisões judiciais, justamente pela crueldade extrema de que se revestem”.
A associação diz também que em 2004 já tinha conseguido travar uma tentativa da introdução dos “rodeos” em Portugal, e que este ano há uma nova tentativa, “mais forte”, a qual a Animal vai tentar travar na Justiça.
A Animal é uma associação que assume por missão “defender, estabelecer e proteger os direitos de todos os animais não-humanos que sejam seres sencientes”, isto é, “seres capazes de experienciar o sofrimento, tanto a nível físico como psicológico e emocional, e cujas características fazem com que tenham um interesse natural não só em não sofrerem mas também em não serem aprisionados e em não serem mortos”. A Animal considera que “cada animal importa por si próprio enquanto indivíduo”.



Imagem: by me

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