terça-feira, 25 de março de 2008

Olhar, ver, captar


Que saudades dos tempos em que se usavam câmeras destas!
O peso, o custo de cada “boneco”, a complexidade na sua utilização levavam a que, a cada “disparo” do obturador houvessem certezas no que se estava a fazer. E a quantidade imagens “não úteis” no final do dia era diminuta.

Hoje, com o custo zero do digital, com a quantidade quase ilimitada de imagens por suporte, faz-se fotografia como quem bebe um copo de água. Melhor ou pior, alguma delas há-de ficar bem. E, se não ficar, há sempre o “mágico” Photoshop para dar um geito.
A esmagadora maioria dos fotógrafos de hoje, mais encartados ou mais amadores, vai disparando quase que inconscientemente. Quase que sem saber muito bem o que vai resultar.
O “Olhar photográphico” vai-se perdendo com o facilitismo do equipamento. Não porque esto imponha, mas porque se vai “desaprendendo” a ver antes de fotografar.
“Olhar, ver, captar” é uma sequência lógica e natural que vai sendo destruida, aos poucos, com a ilteracía da imagem que vamos vivendo!

1 comentário:

O Fantasma de Chet Baker disse...

Adorei o texto! Eu tb sou avessa às digitais. Sou fiel a minha velha canon.
mil luas para vc.